O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, alertou nesta quinta-feira (31) sobre os graves impactos que a tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos poderá causar à economia potiguar. Ele destacou que setores estratégicos como indústria do sal, pescados e frutas estão entre os mais afetados pela medida, podendo resultar em prejuízos significativos caso não haja reversão do aumento tarifário.
Durante coletiva à imprensa em Natal, Serquiz explicou que, entre os principais setores exportadores do RN, apenas o segmento de óleos combustíveis foi contemplado entre as cerca de 700 exceções ao aumento das tarifas. Por isso, a FIERN tem mantido interlocução constante com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o governo estadual para buscar soluções e negociar a reversão do tarifaço.
“A situação exige negociações técnicas e diplomáticas para evitar que essas tarifas inviabilizem o acesso da produção potiguar ao mercado norte-americano”, afirmou. Ele ressaltou ainda que, apesar do cenário desafiador, o setor industrial busca manter os empregos e só considera cortes como último recurso diante da necessidade de adaptação.
Estudos da FIERN indicam que a medida pode gerar perdas entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões em exportações anuais, colocando em risco cerca de 4 mil empregos. Entre os produtos afetados estão caramelos, pescados frescos (como albacoras e atuns), sal marinho, mangas frescas, castanha de caju, granitos e pedras ornamentais, entre outros.
Na manhã do mesmo dia, Serquiz reuniu-se com lideranças dos setores de sal, pescado, balas e pirulitos, e materiais recicláveis para discutir estratégias de mitigação dos efeitos da sobretaxa. Representantes desses setores reforçaram a necessidade de abertura de novos mercados, especialmente na Europa, para minimizar os impactos.
A ordem executiva que formalizou o aumento tarifário foi assinada pelo presidente Donald Trump em 30 de julho, entrando em vigor no dia 6 de agosto, com exceções para mercadorias já em trânsito.
O presidente da FIERN destacou a importância do diálogo contínuo e da busca por alternativas para garantir a sustentabilidade econômica do Rio Grande do Norte diante desse desafio internacional.
