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Terça-feira, 28 de Outubro 2025

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Mulheres estão à frente de 35% dos pequenos negócios formais do RN

A informação está na pesquisa “Empreendedorismo Feminino no Brasil 2021”, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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Mulheres estão à frente de 35% dos pequenos negócios formais do RN
Alex Régis
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A presença das mulheres no empreendedorismo caiu de 13 milhões no Brasil para 10 milhões, mesmo resultado registrado no último trimestre de 2019, antes da pandemia da covid-19. A informação está na pesquisa “Empreendedorismo Feminino no Brasil 2021”, realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O levantamento considera apenas as empreendedoras formalizadas  e, segundo a analista técnica do Sebrae/RN, Maiza Pessoa, apesar do desemprego tê-las empurrado a iniciar um negócio próprio, há indícios de que elas estejam em número muito maior, porém, na informalidade, que foi impulsionada pela crise sanitária. No Rio Grande do Norte, o público feminino corresponde a 35% dos pequenos empreendedores. Para estimular tanto a adesão ao empreendedorismo, quanto à formalização, o Sebrae retomou o Prêmio “Mulher de Negócios”, que leva à reflexão sobre a gestão da empresa e destaca a história de superação das empresárias. As inscrições vão até 31 de julho com premiações em três categorias. Em entrevista, Maiza Pessoa conta qual o cenário atual da mulher no empreendedorismo, as dificuldades enfrentadas, mas também o caminho a ser seguido, a partir de entidades que oferecem programas e orientações disponíveis para que elas se capacitem, gerenciem melhor seus negócios e os faça crescer.

Qual é a situação da mulher hoje no empreendedorismo?

A gente teve a pandemia que dificultou um pouco e,  apesar de muitas terem ficado desempregadas e assumirem seus negócios, no Brasil tivemos queda na formalização de empresas por parte de mulheres, apesar de haver evidências de que há muito mais mulheres empreendendo na informalidade, porém, não temos estatísticas. Tem menos mulheres com negócios formalizados, incluindo as MEIs, que faturam até R$ 80 mil por ano. As mulheres estão à frente de 35% dos pequenos negócios formais no Rio Grande do Norte. Houve redução no Brasil, pois as mulheres eram 13 milhões de empreendedoras formalizadas e hoje são 10 milhões. Das potiguares, 61% recebem com seus negócios em média, um salário mínimo. É o que fica para ela de tudo o que fatura. A média nacional é de 54%.

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E a que se pode atribuir esse cenário?

A gente percebe a evolução de chefes de domicílios. Em 2015 era 38% e agora chega a 49% enquanto os homens caíram de 70% a 56%. Isso demonstra que há presença maior na participação na renda familiar. Então, elas estão trabalhando de alguma forma. Como se viu, ganham menos, mas é preciso considerar que elas trabalham menos pela dupla, tripla, e até quarta jornada que ela tem com outras obrigações domésticas, cuidar da casa, filhos e aí sobra menos tempo de trabalho. Muitas vezes sozinhas para executar tudo e ainda ter uma renda. Há um problema com divisão de tarefas e muitas delas são sozinhas e com outras obrigações. Então, elas perdem oportunidades no mercado de trabalho formal e acabam empreendendo, seja na formalidade ou na informalidade.

Quais as áreas que as mulheres empreendem mais?

Elas estão mais presentes nos setores de alojamento e alimentação. É fácil de identificar porque tiveram que ir para suas casas e de lá acabaram transformando aquele espaço num local de produzir seus produtos ou desenvolver seus serviços, com crescimento na comercialização online pelos aplicativos de vendas. O setor de serviços é bem forte, corresponde a 54% dos empreendimentos abertos por mulheres.

Qual o perfil dessa mulher empreendedora?

É um perfil mais jovem e muitas direcionadas a atividades que elas já conseguem desenvolver em casa, na área de alimentação. Há um mercado muito forte de beleza, comércio de confecção e moda, roupas, produtos de beleza, mas também há crescimento no lado da tecnologia, engenharia de software, negócios disruptivos e inovadores na área de comunicação e informação. Elas tem grau de escolaridade superior ao dos homens.

Isso é positivo...

Isso é um fator importante, especialmente para a gestão do negócio porque, com um grau de escolaridade maior, há maior capacidade de gerir melhor, compreender a importância do planejamento, da gestão financeira do negócio, do próprio relacionamento com o cliente, de trabalhar com novas formas de comunicação. A facilidade de trabalhar com novas formas de comunicação, especialmente no mundo digital é muito importante e é preciso conhecer esse mundo. A gente se depara com mulheres bem engajadas que são inspiração para outras. O empreendedorismo feminino traz um diferencial de engajamento. Elas se reúnem mais, elas compartilham mais, acabam criando grupos. A gente percebe que outras mulheres vão engajando e incentivando através de instituições como o Sebrae que pode apoiá-las nesse sentido.

Inclusive estão abertas as inscrições para o Prêmio Mulher de Negócios. Qual a intenção?

O Sebrae vem trabalhando desde 2004 com esse prêmio e parou em 2017, retomando agora em 2022. É um prêmio simples, mas que faz a mulher refletir sobre o que precisa melhorar no negócio dela. São perguntas sobre práticas de gestão, se forma preço de venda com base na concorrência ou se faz análise de cálculo, se faz pesquisa, se faz trabalho de marketing, gestão financeira, planejamento... Os critérios são direcionados também à história do negócio, às dificuldades para crescer, às ideias e como criou o ambiente para dar certo, de modo que inspire. Acreditamos que, reconhecendo o trabalho das que já fazem, vai estimular outras e, contando essas histórias, inspirar outras a perceberem que também podem conseguir ao ver uma história que nasceu da simplicidade e deu certo.

Com tem sido a adesão das microempreendedoras potiguares a esse prêmio?

A gente se depara muito com histórias que começaram dentro de casa e hoje empregam até 80 funcionários depois de enfrentar o desafio de tocar sozinha o negócio. Tivemos em 2014 uma empreendedora premiada em nível nacional, a senhora Rosângela, que iniciou há mais de 20 anos produzindo raivinhas e hoje tem a empresa de produtos regionais da Rosa. Conseguiu investir pesado e conta com a produção automatizada já distribuindo para todo o Estado. Ela tem um diferencial de empregar somente pessoas da zona Norte de Natal. É uma iniciativa que ela acaba envolvendo todo o contexto onde o negocio dela está inserido. Engaja a comunidade, mas também é interessante para ela que tem funcionários que moram perto e aí ela pode, ao invés de oferecer o vale-transporte, oferecer outro benefício aos colaboradores, fazendo se sentirem integrantes e produzirem melhor.

Com essas inspirações, qual o caminho que aquelas que querem empreender devem seguir?

Busquem ajuda com entidades como o Sebrae, mas tem grupo da Federação do Comércio, da CDL, tem programas, orientação, cursos. São programas onde ela vai conhecer outras mulheres, fazer network, trocar experiências. O Sebrae banca 70% da consultoria, por exemplo, e ainda divide o restante. Uma simples orientação muda a visão do negócio. Temos soluções para melhorar a gestão do negócio e no momento em que consegue formalizar, consegue diversos benefícios, como cadastro com distribuidor, compra a preço de atacado, compra direto ao fornecedor. Essas facilidades vão se ampliando. Se acha que não está podendo agora, se não tem recursos, só uma orientação de repente pode melhorar a forma de visibilidade do produto na rede social, ou iniciativas simples como usar o WhatsApp Business, onde vai poder criar catálogo de produtos e enviar como link para os clientes. Uma simples orientação ali já mudou a visão de quanto pode expandir.

Além disso, o Sebrae tem o programa Sebrae Delas. Com funciona?

O Sebrae Delas trabalha com encontros e orientações com temas voltados para melhorar a gestão dos negócios e o comportamento empreendedor. É uma parte do serviço que trabalha mais o comportamental, para que se sinta mais empoderada a alcançar o sucesso do negócio. O programa apoia diversos eventos para incentivar a conexão entre mulheres e seus negócios. A partir do momento que ela vai se encontrar com outras por meio do programa, ela tem a oportunidade de desenvolver e acelerar as ideias e de seus negócios e desenvolve novas habilidades.

FONTE/CRÉDITOS: tribunadonorte.com.br

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