Dorival Júnior não escondeu a emoção ao assumir o comando da Seleção Brasileira. Apresentado pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, na última quinta-feira, ele ressaltou o orgulho de se tornar o novo treinador da Seleção Brasileira Masculina e da grandeza da pentacampeã mundial. O técnico multicampeão irá iniciar sua trajetória à frente da Amarelinha nos amistosos de março contra Inglaterra e Espanha.
“Hoje estou aqui representando a seleção mais vencedora do planeta, a que inspira muitos no mundo inteiro. E tem obrigação de voltar a vencer. A partir de agora não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro”.
Com uma carreira de mais de 20 anos, Dorival carrega uma capacidade de adaptação e preferiu não adiantar o estilo que vai adotar no comando da Seleção.
“Em todas as equipes, eu me adaptei à equipe. Nunca chego com sistema pré-estabelecido. Prefiro identificar o tenho à mão e depois empregar um sistema. Números para mim são relativos: 3-5-2, 4-3-3, para mim isso é balela. Quero defender com maior número possível e defender com o maior número possível de jogadores”
“Primamos por ter um futebol vistoso, bem jogado, mas acima de tudo efetivo. Não podemos deixar essas características. Temos que tentar manter o máximo possível. Temos que voltar a fazer grandes jogos.”
Treinador campeão das duas últimas edições da Copa do Brasil, Dorival também admitiu que aceitar o convite para ser o comandante da Seleção Brasileira não foi uma tarefa difícil. “Não é um convite, é um chamado. Nenhum profissional em sã consciência deixaria de atender.”
Se por um lado Dorival comemora, a torcida do São Paulo lamenta a saída do treinador responsável por levar o clube ao título inédito da Copa do Brasil. Esta é a sexta vez que São Paulo perde um técnico para uma seleção nacional.
“É a realização de um sonho pessoal, que só foi possível porque tive o reconhecimento do trabalho desenvolvido no São Paulo. Por isso tenho de agradecer por ter feito parte desse importante período de reconstrução, liderado com competência pela presidência e pela diretoria. Com o investimento na infraestrutura e o planejamento dos últimos anos, o Clube está preparado para receber os mais qualificados profissionais do mercado”, disse Dorival, em nota oficial do São Paulo.
Seu primeiro trabalho como técnico aconteceu em 2002 na Ferroviária, clube que o revelou para o futebol durante seus tempos de atleta. Depois, passou pelo Figueirense, onde ganhou o Campeonato Catarinense de 2004, seu primeiro título como treinador.
Em seguida, comandou Fortaleza, Criciúma, Juventude, Sport, Avaí, São Caetano, Cruzeiro e Coritiba até chegar ao Vasco da Gama e vencer seu primeiro título nacional: a Série B do Campeonato Brasileiro de 2009. Com a conquista, Dorival foi contratado pelo Santos, que se sagrou campeão do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil em 2010.
Na sequência, trabalhou no Atlético-MG, Internacional, Flamengo, Fluminense, Palmeiras, Athletico Paranaense e Ceará e voltou a trabalhar em Vasco e Santos.
Como jogador, Dorival começou sua carreira profissional na Ferroviária, time em que cultivou seu amor pelo esporte desde criança por acompanhar seu pai, que trabalhava na equipe Grená.
Apelidado apenas de Júnior, ele atuava como volante e defendeu 12 clubes, incluindo Palmeiras, Grêmio, Juventude e Coritiba, além de equipes de Santa Catarina e do interior de São Paulo. Entre suas conquistas estão o Campeonato Brasileiro Série B de 1994 pelo Juventude, o Campeonato Gaúcho de 1993 pelo Grêmio e o Catarinense de 1987 com a camisa do Joinville.
