O Rio Grande do Norte contabilizou 181 transplantes de órgãos e tecidos no primeiro semestre de 2025, incluindo um de coração, 33 de rim, 86 de córnea e 61 de medula óssea. O resultado acompanha o avanço nacional, que registrou 14,9 mil transplantes no mesmo período, um crescimento de 21% em relação a 2022. Apesar dos números positivos, o Ministério da Saúde alerta que cerca de 45% das famílias brasileiras ainda recusam a doação, limitando o potencial do sistema.
Para enfrentar esse desafio, foi criado o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Prodot), que reconhece e valoriza equipes hospitalares responsáveis por identificar doadores, coordenar a logística e dialogar com familiares em momentos delicados. Pela primeira vez, esses profissionais receberão incentivos financeiros relacionados ao desempenho e aumento das doações.
O investimento anual no Sistema Nacional de Transplantes chega a R$ 20 milhões, sendo R$ 13 milhões destinados à inclusão de novos procedimentos, como transplantes de membrana amniótica para queimaduras graves e transplantes multiviscerais para falência intestinal. Outros R$ 7,4 milhões foram alocados ao Prodot, com o objetivo de ampliar a adesão familiar à doação.
Em paralelo, o Ministério da Saúde lançou a campanha “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece. Converse com a sua família, seja um doador”, incentivando a comunicação familiar sobre a decisão de doar órgãos. A ação apresenta casos reais de doadores e destaca o papel dos profissionais de saúde no processo, desde o acolhimento até a realização do transplante.
A Política Nacional de Doação e Transplantes (PNDT), agora formalizada em portaria, regulamenta procedimentos inéditos no SUS, como transplantes de intestino delgado e multiviscerais, garantindo cobertura completa para pacientes com falência intestinal. A medida prevê ainda a ampliação do uso de membrana amniótica em queimados, modernização de exames de compatibilidade e priorização de pacientes hipersensibilizados.
Essas iniciativas representam um avanço significativo no Sistema Nacional de Transplantes, fortalecendo a segurança, equidade e qualidade no atendimento, além de modernizar tecnologias e procedimentos essenciais para salvar vidas em todo o país.

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