O projeto governamental que institui a progressão parcial escolar no Rio Grande do Norte foi tema de debate no horário das lideranças da Assembleia Legislativa, durante a sessão plenária desta quinta-feira (04). A pauta provocou discussões acaloradas sobre os efeitos do regime na educação estadual e a circulação de informações equivocadas.
O deputado Francisco do PT abriu a discussão, alertando para a onda de desinformação relacionada ao tema. Ele afirmou que a proposta já é adotada em outros estados e que transformá-la em objeto de fake news prejudica a compreensão pública. “O debate com divergência de ideias é salutar, mas não se pode criar inverdades sobre o que está sendo discutido”, disse.
Francisco também esclareceu a relação da proposta com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo ele, os resultados do regime de progressão parcial não impactam de forma imediata o Ideb e o baixo desempenho do RN é fruto de problemas estruturais na educação, não da iniciativa atual do governo. Ele destacou que Natal, capital do estado, figura entre as piores cidades do país no índice.
Em contraponto, o deputado José Dias (PL) se posicionou contra a medida, classificando-a como “institucionalização do fracasso”. Para ele, a presença contínua do jovem na escola é essencial e a proposta poderia comprometer a eficiência da educação e a promoção humana, especialmente em um país marcado por desigualdades e desafios sociais.
O debate reforça a importância de discutir políticas públicas educacionais com transparência e base em dados concretos. Enquanto o governo estadual defende a progressão parcial como ferramenta de adaptação pedagógica, parlamentares contrários alertam para os riscos de perpetuação de deficiências estruturais.
A sessão demonstrou que a educação continua sendo uma pauta central na Assembleia Legislativa, exigindo diálogo entre governo, parlamentares e sociedade civil para construção de soluções que realmente contribuam para a melhoria do ensino no Rio Grande do Norte.
