Pouco tem-se falado sobre a doença de Chagas, mas mais de um milhão de brasileiros vivem com essa condição, e cerca de 70% não sabem que estão infectados. Com o objetivo de prestar assistência a esses pacientes, a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) criou, em 2011, o Ambulatório de Doença de Chagas (ADOC), localizado na Faculdade de Ciências da Saúde (FACS). A iniciativa é coordenada pelo professor Cléber Mesquita.
Inicialmente com 127 pacientes, o ambulatório hoje acompanha cerca de 550 pessoas. Além das consultas e coleta de exames, o ADOC desenvolve um trabalho de educação em saúde, informando pacientes e acompanhantes sobre a doença, formas de transmissão e tratamento. Esse conhecimento também é levado a escolas, parques e praças.
O ambulatório conta com uma equipe multiprofissional composta por alunos da graduação e pós-graduação, enfermeiros, bioquímicos, biólogos, médicos e psicólogos. Os atendimentos ocorrem às quartas-feiras, das 7h às 12h, sendo abertos tanto a pacientes já diagnosticados quanto àqueles com suspeita da doença.
O professor Cléber Mesquita alerta que a doença de Chagas pode causar graves complicações cardíacas e digestivas, podendo levar a óbito se não tratada adequadamente. Estudos da Uern e da UFRN apontam que, na mesorregião do Oeste Potiguar, a prevalência da doença chega a 6,5%, com aproximadamente 14 mil pessoas afetadas.
Apesar da gravidade, a doença de Chagas é negligenciada no Brasil. O trabalho do ADOC se torna essencial para diagnóstico precoce e para oferecer acompanhamento especializado a uma população muitas vezes privada de acesso à saúde de qualidade.
Sobre a doença:
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanossoma cruzi, transmitido principalmente por insetos conhecidos como “barbeiros”. A infecção ocorre quando o protozoário entra na corrente sanguínea humana. A doença tem cura na fase aguda e, na fase crônica, exige acompanhamento médico para evitar complicações graves.
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